Você já imaginou o Neymar Jr., fenômeno da seleção brasileira de futebol, no banco de reserva? Ou o super Michael Phelps, nadador americano, fora do time principal nos EUA nas disputas por medalhas? Parece impensável, não? Porém, nos relacionamentos amorosos, às vezes, nos colocamos na posição de “reserva”, sentada no banco, enquanto assistimos o nosso homem jogar com outra mulher.
Primeiro, quero ressaltar que não tenho nenhum julgamento sobre essa situação – e peço que se você não estiver vivenciando-a, que respeite quem está. Mas porque será que isso acontece? Por que somos colocadas na posição de reserva, sendo que estamos prontas para o jogo, prontas para o romance?
Dizem que a primeira impressão é a que fica… ou, pelo menos, que é bem difícil de mudar. Quando começamos um acordo ou iniciamos um relacionamento já determinamos as posições. Assim, depois que cada um conhece o posicionamento do outro, fica muito mais difícil mudar o status e o modo da relação.
Cabelos, textos e boas escolhas
Usando um exemplo prático para ilustrar, gosto de imaginar um corte de cabelo. Pense que você se sentou na cadeira com longas madeixas e pediu um corte. Mas a profissional, já na primeira mecha, cometeu um erro. Logo, ela vai passar todo o tempo restante tentando consertar esse erro – e, dificilmente, conseguirá deixar os seus cabelos do jeito que você pediu.
Outra situação ilustrativa é quando você está no trabalho e precisa redigir um texto. Ao inicia-lo, já começa da forma errada, longe do que realmente queria expressar. Quando isso acontece é muito mais simples descartar o que já está escrito e recomeçar, do que insistir nesse mesmo texto, acreditando que ele poderá ficar maravilhoso.
Eu sei que os exemplos podem parecer exagerados. Porém, é muito raro encontrar excelentes relacionamentos, aquele onde ambos se sentem ótimos, com uma energia saudável e gostosa, quando a mulher foi colocada no banco de reserva por muito tempo. Sim, as mulheres também podem fazer isso com um homem, mas para as mulheres fica muito difícil perdoar esse comportamento – mesmo quando, depois de um tempo, ela vira titular do time.
Nós, mulheres, dramatizamos, somos sensíveis, gostamos e precisamos de atenção para nos sentirmos amadas. Se ouvimos um não, ou um “não agora”, concluímos: “o que foi que eu fiz de errado”. Assim, depois de um tempo na situação de reserva, vendo outra mulher tomar o lugar que (na sua cabeça e no seu coração) deveria ser dela, ela fica carregando o sentimento de tristeza e rancor por muito tempo. A qualquer momento, ela acessa na memória a mesma emoção, que vivia quando ainda estava no banco, uma lembrança amarga.
Perdoar, dar um tempo e recomeçar
Eu peço para as mulheres que participam do Programa Pronta para o Romance, para entenderem a possibilidade de perdoar o passado e viver, hoje, o melhor num relacionamento. Esse melhor só se mostra quando nos entregamos de peito aberto. Mas, antes de chegarmos a essa satisfação, eu recomendo uma pausa.
Esse tempo é necessário para o esquecimento e desaparecimento dessa memória de ser a “reserva” e o melhor é trabalhar essas lembranças sozinha, antes de entrar em um novo jogo. Tenha o cuidado de não carregar para sempre o gosto amargo de ser reserva se você é a estrela do time. E se você nunca foi a reserva, com essa pessoa que você está vivendo agora ou com outros, ótimo. Mas entenda que sim, esse posicionamento de reserva faz parte da vida de muitas mulheres.
Miria Kutcher