A modernidade e a internet fizeram do “talvez” a maior certeza
Vocês já perceberam que, hoje em dia, tudo acontece com muita rapidez? E que os “planos” estão ficando, cada vez mais, para trás? Atualmente, parece que o verbo “planejar” não cabe mais – nem no dicionário e, muito menos, no relacionamento moderno!
Hoje há tantas opções, tantos convites e programas que surgem na última hora, tantos acontecimentos anunciados pelo Twitter, pelo WhatsApp, pelo Instagram. De repente, você deixa de ir encontrar os amigos em determinado lugar porque viu que uma outra turma está reunida em um bar ou em uma festa. Com um post ou uma foto publicados nas redes sociais, as pessoas desmarcam ou cancelam compromissos para seguir o que os outros estão fazendo.
Já parou pensar que as pessoas – talvez até você mesma! – deixam de fazer coisas que tinham planejado em função de um “coletivo”? E que esse coletivo leva todo mundo para uma direção diferente do programado?
Imagine como isso reverbera no relacionamento amoroso. A palavra TALVEZ é a mais usada. Veja:
- Talvez eu saia
- Talvez eu fique em casa
- Talvez eu goste dela
- Talvez eu queira ficar com ele
- Talvez ele olhe para mim
Tudo está no condicional. Porque, hoje em dias, há tantas opções – e opções de último minuto – que o SIM e o NÃO ficam mais distantes. Sabe aquele cara que só te convida pra sair aos 45 minutos do segundo tempo? É um exemplo.
E, assim, fica cada dia mais difícil entender um status de relacionamento já que, hoje, uma mulher e um homem precisam de muito mais tempo para saber se estão mesmo namorando ou não. Antes era simples saber! Agora, parece que enquanto um está só “ficando”, usando a opção até encontrar outra que seja mais efetiva, o outro já casou (pelo menos mentalmente) – e o relacionamento não foi planejado e nem comunicado. Imagina se foi compreendido?
Como sobrevier à onda de modernidade
E como a gente faz para sobreviver a tudo isso, a toda essa onda de modernidade que está afetando a todas as pessoas? Eu tenho uma amiga que me disse: enquanto não for obrigatório, eu não faço o meu perfil no Facebook.
Antes de parecer engraçado ou radical, eu acredito que tem uma boa dose de sabedoria nessa escolha. Muitas coisas ainda não são obrigatórias – e nós não nos lembramos disso! E não lembramos porque estamos deixando de olhar para dentro, de planejar o que é importante para nós mesmas e escolhendo (consciente ou inconscientemente?) seguir multidões. Quem nunca deixou de ir a uma festa de família só para estar no “barzinho da moda”? Quem não questionou se o namorado era o “cara certo”, já que o outro se veste melhor ou fala mais bonito? Quem não deixou de ir encontrar a amiga porque o crush ligou na última hora convidado para ver um filminho?
Eu, como coach de relacionamento, quero te convidar à reflexão do que é importante para você; de como você pode se olhar; e de como, principalmente, você pode valorizar a si mesma numa época de tanta incerteza. Infelizmente, muito tempo tem sido perdido por falta de planos e por seguir o coletivo. Esse é o preço de viver nessa modernidade.
Lembre-se: nós viemos aqui para aproveitar essa vida, e ela é valiosa.
E que venha o lado bom que toda essa tecnologia e as opções têm a nos oferecer. Mas atente-se para não ser, apenas, mais um na multidão.